Voltar Ação idealizada pela Justiça catarinense em defesa das mulheres é apresentada no Mato Grosso 

Programa Indira atua em três eixos: preventivo, operacional e emergencial

A experiência bem-sucedida do programa Indira, desenvolvido pela Justiça catarinense, foi apresentada na sede do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, em Cuiabá, nesta segunda-feira (8/7). Com a participação de diversos tribunais, o evento capacita facilitadores para um projeto, desenvolvido naquele Estado, voltado aos autores de violência doméstica.  

Em sua palestra, a juíza Naiara Brancher, cooperadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica (Cevid), do TJSC, falou sobre a origem, os objetivos e os principais desafios do programa. 

No início, ela explicou de onde nasceu a iniciativa e os motivos de divulgá-la pelo país: “Thaís Machado, Viviane Vieira do Amaral, Cleci Zepe e Indira Felski Krieger, todas trabalhadoras do Poder Judiciário, fazem parte de um imenso grupo de mulheres que integram uma das mais drásticas estatísticas deste país: a das mulheres mortas por homens com quem mantiveram uma relação íntima de afeto. É por elas e por todas nós que estamos aqui hoje”.  

Naira explicou que o programa Indira é divido em três eixos: o preventivo, o operacional e o emergencial. No primeiro, são realizadas campanhas voltadas ao público interno e encontros presenciais para discutir questões que envolvem violência doméstica e familiar, além da capacitação de pessoas do Poder Judiciário em direitos humanos sob a perspectiva de gênero. 

Já na parte operacional, ainda de acordo com Naiara, há um canal para atendimento psicológico às vítimas, orientações e encaminhamentos, além da avaliação da situação de risco nos casos que envolvam questões de segurança física e institucional. 

No terceiro eixo, o emergencial, são previstas ações de acolhimento a pessoas que, no âmbito do Judiciário, conviviam com a vítima e tiveram suas vidas afetadas por um crime de ódio, como o feminicídio. Ela destacou a parceria do Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional (NIS), do TJSC, reconhecido nacionalmente por ações e programas pioneiros.  

Por fim, a juíza catarinense abordou um ponto que considera fundamental. “Tal qual as pessoas brancas têm um gigantesco papel na luta por justiça racial, os homens têm papel essencial na justiça de gênero. Precisamos conversar com os homens para trabalhar e desconstruir a estrutura patriarcal estabelecida”, afirmou. 
 
E é exatamente a respeito desse tema que a servidora Michelle Hugill, secretária da Cevid, irá tratar na formação sobre grupos reflexivos nesta terça (9) e quarta-feira (10). Michelle é uma das autoras da trilogia sobre esses grupos no Brasil, obra que traçou um raio X deles em todo o país.

Conteúdo: NCI/Assessoria de Imprensa
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