Corregedor-geral do Foro Extrajudicial faz visita de cortesia à mais longeva tabeliã de SC - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina
- Foro Extrajudicial
Poucas pessoas testemunharam em Santa Catarina, tão de perto e na prática, as mudanças dos serviços extrajudiciais como Rachel Nicolazzi de Carvalho, titular do Tabelionato de Notas e Ofício de Protesto de Santo Amaro da Imperatriz e tabeliã há 56 anos. Na quarta-feira (7), ela recebeu a visita do desembargador Artur Jenichen Filho, corregedor-geral do Foro Extrajudicial, e do juiz-corregedor Maximiliano Losso Bunn.
Uma visita de cortesia que marca o início das atividades da Corregedoria pelo Estado e dá o tom do que se pretende imprimir no biênio. “Sem abrir mão da fiscalização e da orientação, vamos estabelecer uma proximidade, com diálogo permanente, para captar a expertise dos registradores e notários e, a partir daí, estabelecer uma maior integração com o Poder Judiciário”, afirma Jenichen.
O juiz-corregedor Maximiliano complementa: “As serventias fazem parte da rede estatal de resolução de problemas, e a integração tem como objetivo otimizar a função jurisdicional”.
A escolha do cartório de Santo Amaro não foi por acaso. Por sua experiência e por ter aberto caminhos numa época em que os espaços reservados às mulheres eram bem delimitados, Rachel de Carvalho, hoje com 80 anos, personifica a capacidade de adaptação às transformações da sociedade.
Ela fez faculdade de Direito na década de 1960, passou em concurso público e assumiu o tabelionato da comarca de Urubici em 1967. Solicitou remoção para a comarca de Santo Amaro da Imperatriz em 1985, onde comanda o cartório desde então.
Nesse tempo de profissão, os livros de notas manuscritos, com as folhas encadernadas, passaram a ser datilografados, com folhas soltas, e chegaram aos dias de hoje 100% digitais. Ao lado de uma máquina de escrever Olivetti, que serve apenas de decoração, ela fala com alegria do passado, talvez com alguma saudade, mas sem saudosismo.
E aconselha a quem pretende seguir a carreira que estude muito, tenha determinação e comprometimento para zelar pela segurança jurídica. “Desde o fim da época em que os negócios eram definidos no ‘fio do bigode’, a profissão que exerço tornou-se indispensável.” Ela tem razão: o notário imprime fé pública aos documentos.
Se quisesse, Rachel poderia se aposentar, mas diz que não pretende porque gosta do que faz. “Posso não ter a força de antes, mas continuo com a mesma vontade.”
Assista à reportagem em vídeo sobre a visita: