Voltar Seminário reúne especialistas de quatro países para discutir novas práticas jurídicas 

Mesa de autoridades.
 

O I Seminário Internacional da Academia Judicial iniciou no final da tarde desta quinta-feira, 5/10, com a presença de magistrados e servidores do Poder Judiciário de Santa Catarina, além de autoridades e acadêmicos. O evento é realizado em parceria com as universidades de Perugia (Itália), de Alicante (Espanha), de Delaware (EUA) e do Vale do Itajaí (Univali), além da Pace Universidade (EUA). Nesta primeira edição, estão em pauta os temas Direito, Transnacionalidade e Sustentabilidade.  

Desembargador Luiz Antônio Zanini Fornerolli.
 

Palestras

Professor doutor Paulo Márcio Cruz.
 

Com a palestra "Sustentabilidade como princípio reitor da ciência jurídica no século XXI", o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência Jurídica da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), professor doutor Paulo Márcio Cruz, abriu a programação técnica do seminário. Ele começou sua fala destacando como a modernidade se firmou dentro do conceito da liberdade, com o objetivo de se livrar do jugo do estado absolutista.

No entanto, os problemas da nova era exigem uma mudança de paradigma para serem enfrentados. A sustentabilidade, assim, deverá ser o paradigma de todas as ciências, trazendo consigo mudanças importantes na sociedade, com reflexo também no Direito. Como exemplo, lembrou das disputas e litígios que envolvem o meio ambiente.

Por fim, citou como necessária a criação de um processo de desenvolvimento que possa equilibrar os pilares econômico, social e ambiental da sustentabilidade. "A diferença do ambientalismo para a sustentabilidade é que ela, além do ambiental, trata do social e do econômico. Uma sociedade pobre, sem distribuição de riquezas, não consegue cuidar do meio ambiente. Uma sociedade que não possa produzir em critérios adequados e dentro dos conceitos de economia circular e reaproveitamento da matéria-prima não pode funcionar", defendeu.

Professor doutor Maurizio Oliviero.
 

O professor doutor Maurizio Oliviero, reitor da Università degli Studi di Perugia, na Itália, fechou a noite com a palestra "Le nuove frontiere del diritto nella relazione tra persona e intelligenza artificiale" - a relação do indivíduo com a Inteligência Artificial (IA) no contexto do Direito.

Ele destacou que 80 países já estão utilizando a IA na área jurídica, seja para reduzir as controvérsias, seja para o controle ou redução de danos, ou até mesmo para reduzir condenações, com base no contexto social onde vive o réu e nos seus antecedentes criminais. Judiciários também estão utilizando algoritmos para a composição dos júris.

"Pessoalmente, acredito que será uma grande oportunidade. Aquela cena do advogado que fica na biblioteca pesquisando as leis, que vemos nos filmes americanos, podem esquecer. A IA vai trazer uma grande economia no processo, além de economia de custos. Seu uso tem um fascínio, é estimulante. Mas quando esse modelo de algoritmos se autoalimenta e toma decisões, cria um dilema ético e torna a argumentação mais complexa", ponderou.

Imagens: Karina Schovepper e Guga Volks
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)

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