Jurista Lenio Streck fala sobre os desafios da atividade judicante aos novos juízes do PJSC   - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina

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Voltar Jurista Lenio Streck fala sobre os desafios da atividade judicante aos novos juízes do PJSC  

Palestra foi uma das 219 ações educacionais promovidas pela Academia Judicial neste ano 

10 Dezembro 2024 | 16h07min
  • Palestra

Com a presença do presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), desembargador Francisco Oliveira Neto, o jurista Lenio Luiz Streck proferiu nesta terça-feira (10) a palestra "O Juiz e a Fundamentação da Decisão", no auditório Thereza Tang, em Florianópolis. Promovido pela Academia Judicial, o evento integra o curso oficial de formação de magistrados e magistradas e, por isso, contou com os 31 novos juízes e juízas substitutos em formação no Judiciário catarinense. A solenidade contou ainda com o diretor-executivo da Academia Judicial, desembargador Luiz Felipe Schuch, e com a desembargadora Fernanda Sell, entre outras autoridades.  

A palestra foi uma das 219 ações educacionais promovidas pela Academia Judicial neste ano, com mais de 16 mil pessoas capacitadas. “Quero agradecer a gentileza do professor Lenio Streck por ter aceitado o nosso convite, e cumprimentar todos os nossos magistrados, magistradas e colegas, que vieram aqui hoje para prestigiar esse evento. Todos nós conhecemos sua capacidade jurídica, o trabalho que já desenvolveu e vem desenvolvendo em termos de pesquisa, de modo que todos nós, em algum momento, já lemos seus livros e seus artigos para fazer o juízo crítico que é necessário na atividade jurisdicional”, afirmou o desembargador Schuch. 

Procurador de Justiça aposentado, depois de atuar por 29 anos no Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), Lenio é mestre e doutor em direito, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O jurista também é pós-doutor em direito constitucional pela Universidade de Lisboa, professor emérito da Escola de Magistratura do Rio de Janeiro (Emerj), membro da Academia Brasileira de Direito Constitucional e da Academia Brasileira de Direito. Ele também é autor de mais de 80 livros e mais de 350 artigos, teve 400 capítulos de livros publicados no Brasil e no exterior e, por fim, foi ganhador do Prêmio Jabuti em 2014, na categoria Direito, juntamente com Ingo Sarlet, Gilmar Mendes, José Canotilho e Léo Leoncy. 

“Dono de um currículo construído dia após dia, com muita dedicação, e que reflete enorme conhecimento jurídico. Uma das marcas fundamentais do Lenio é o respeito acadêmico, a seriedade em termos acadêmicos e a seriedade em termos de debate, e isso é algo importante, fundamental, que não pode ser perdido na vida das pessoas. As pessoas às vezes separam, dizem 'não, uma coisa é o mundo acadêmico, outra coisa é a realidade', não, não é, porque tudo envolve o conhecimento. Cada palavra tem que ser justificada, cada ponto de vista tem que ser justificado. Isso é uma das coisas que eu aprendi com o Lenio”, anotou o presidente do Judiciário catarinense. 

Durante a palestra, o jurista Lenio Luiz Streck destacou que o Judiciário deve cuidar do “passado” e que o “futuro” é responsabilidade do Executivo e do Legislativo. O procurador de Justiça aposentado lembrou que o direito é o conjunto de fatores morais, econômicos e políticos. Para chamar a atenção dos novos juízes e juízas substitutos em formação, o jurista apresentou as hipóteses em que o Judiciário pode deixar de aplicar a lei. Além disso, ele falou sobre os precedentes e destacou os casos em que as decisões podem ser caracterizadas como omissas. 

Na sequência, ele apresentou as três perguntas que todo magistrado e magistrada deve fazer para saber se uma decisão é ativista ou judicial. Basicamente, as três perguntas são as seguintes: 1º) se está diante de um direito fundamental com exigibilidade; 2º) se o atendimento a esse pedido pode ser, em situações similares, universalizado — quer dizer, concedido às demais pessoas; e 3º) se, para atender aquele direito, está-se ou não fazendo uma transferência ilegal-inconstitucional de recursos, que fere a igualdade e a isonomia. 

“Pelas três perguntas você sempre terá modo de resolver. Se as três perguntas disserem sim, aí você está em face da judicialização da política, que é saudável. Sempre é bom judicializar, em qualquer país do mundo se judicializa. Mas o ativismo faz mal por quê? Ele dá decisões só para alguns, ele dá decisões que nem poderiam ser dadas porque às vezes não são nem exigíveis, e ele faz transferência indevida de recursos para trazer felicidade. Por isso é tão difícil ser juiz, por isso é tão difícil ser julgador. No fundo, isso que eu estou falando são coisas muito simples, são protocolos”, explicou o jurista. 

Veja a cobertura fotográfica da palestra.

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