Palestra alerta para a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata   - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina

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“Não existe prevenção do câncer de próstata, o que existe é o diagnóstico precoce”. A afirmação do médico urologista Ivam Moritz Martins da Silva foi o pontapé inicial da palestra “Câncer de próstata, sexualidade e reposição hormonal”, realizada na tarde desta quinta-feira (7 de novembro) no auditório Thereza Tang, na sede do TJSC, como parte da programação idealizada pela Diretoria de Saúde e Qualidade de Vida (DSQV) para o Novembro Azul. A palestra foi transmitida também pelo YouTube e está disponível para quem quiser assistir.

“Se você tiver na sua genética a tendência de ter câncer de próstata aos 60 anos, você vai ter. As pessoas vão ao urologista e acham que nós temos a mágica de dizer que elas não vão ter câncer, mas não é assim. O que acontece é que, se houver o diagnóstico precoce, o que tecnicamente nós chamamos de prevenção secundária, a doença vai ser tratável”, conta o médico.

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo tipo mais incidente na população masculina em todo o país, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. Para o triênio 2023-2025, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 71,7 mil novos casos por ano.

Nesse contexto, é fundamental que os homens tenham acompanhamento médico de rotina ao longo da vida. Homens que possuem histórico da doença na família de 1º grau devem iniciar a rotina de acompanhamento aos 45 anos. Sem histórico, essa rotina deve ser feita a partir dos 50 anos. Silva ainda orientou sobre os hábitos que podem ser adotados como prática para reduzir os riscos. “O grande veneno se chama gordura saturada”, conta o médico, ao reiterar a importância de uma dieta equilibrada e de hábitos saudáveis.

Ele ainda ressalta que nem todas as intercorrências da próstata são cancerígenas. “Mundialmente, 60% dos homens vão ter hiperplasia prostática benigna. Quando se fala de câncer, esse índice é de 18% dos homens”, explica. Homens que apresentam alguma alteração suspeita, como dificuldade de urinar, diminuição do jato de urina, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite e sangue na urina, devem procurar uma unidade de saúde.

A investigação do câncer de próstata se dá pelo exame de toque retal e pelo exame antígeno prostático específico, o PSA, considerado pelo médico uma grande revolução para o diagnóstico precoce. “O exame de toque vai identificar o câncer quando ele já está mais avançado. O PSA consegue identificar antes”, ressalta. Para confirmar a doença, também é preciso realizar biópsia, indicada se for encontrada alguma alteração nos exames anteriores.

Antes da palestra, participaram da abertura do evento o desembargador Júlio César Ferreira de Melo, 2º vice-presidente do TJSC; o juiz-corregedor Raphael Mendes Barbosa; e o servidor William de Oliveira Duailibi, médico da DSQV. “As mulheres procuram mais os médicos e nós temos que aprender isso com elas. A medicina está aí para que possamos controlar algo que pode ser controlado e curado, se detectado precocemente”, pontuou Melo.

Como parte da programação do Novembro Azul será realizada ainda, no próximo dia 25 de novembro, às 14h, uma roda de conversa intitulada “O ser homem: o que falamos e o que calamos?”. O momento contemplará vivências para que os participantes possam experimentar e refletir sobre a importância do autocuidado e sobre como redefinir a masculinidade de forma saudável e positiva. Para participar, é necessário fazer inscrição.

Confira a cobertura fotográfica deste evento.