Justiça catarinense adota Copilot como ferramenta oficial de inteligência artificial - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina
Ambiente seguro e protegido é um diferencial da IA escolhida
- Administração
O Judiciário de Santa Catarina anunciou, nesta segunda-feira (10/6), a escolha do Copilot como a ferramenta oficial de inteligência artificial (IA) da instituição. Desenvolvido e fornecido pela Microsoft, o Copilot é uma IA generativa que atua como assistente inteligente, capaz de gerar conteúdos para apoiar e potencializar o trabalho de magistrados e servidores.
Um dos fatores que contribuíram para a escolha da ferramenta foi a necessidade de uso de forma segura e protegida. O Copilot funciona em um ambiente fechado, com acesso restrito, sem compartilhamento de dados com a internet. Essa característica oferece segurança, integridade, proteção e governabilidade dos dados, conforme bem destacou o presidente do TJSC, desembargador Francisco Oliveira Neto, durante a apresentação.
Olhar para frente
A adoção da nova tecnologia está em consonância com as diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no sentido de incentivar o uso de novas ferramentas tecnológicas para modernizar o Judiciário. “Precisamos sempre olhar para frente, para um futuro que já é presente, e aplicar ferramentas que nos permitam registrar um salto significativo nos nossos processos de trabalho”, contextualizou o presidente do TJSC.
A definição oficial de um programa de inteligência artificial para todo o âmbito do Judiciário catarinense denota uma preocupação com a segurança. “Imaginem se cada um de nossos 12 mil colaboradores baixasse seu próprio programa de IA? Teríamos um risco à segurança. Por isso, em respeito aos milhões de dados pessoais que guardamos, decidimos ter uma ferramenta oficial, com segurança e controle sobre sua implementação e governança”, destacou o desembargador Francisco Oliveira Neto.
Casos práticos
Durante a apresentação, o diretor de Tecnologia da Informação do TJSC, Daniel Moro de Andrade, demonstrou quatro aplicações práticas do programa feitas através de experimentos em gabinetes de magistrados e unidades administrativas do Tribunal de Justiça. Os exemplos foram de degravação de videodepoimentos, elaboração de resumos, pesquisas em minutas e localização de informações. O Copilot pode interagir com os demais sistemas já usados pelo Judiciário catarinense, como eproc e SEI.
Capacitação e treinamento
Antes do uso em larga escala pelo Judiciário catarinense, haverá jornadas de conhecimento e criação de um portal para facilitar o aprendizado, a fim de esclarecer dúvidas sobre a ferramenta. Daniel Moro salientou que a IA deve ser constantemente aperfeiçoada com o uso contínuo e colaborativo. “Queremos que os usuários ‘coloquem a mão na massa’, pois se trata de uma experiência colaborativa, e seu uso contínuo vai ajudá-lo a desenvolver e torná-lo cada vez mais assertivo”.
O diretor-executivo da Academia Judicial, desembargador Luiz Felipe Schuch, observou que a instituição de ensino deve dar apoio na disseminação dos novos conteúdos para uso da IA e seu aperfeiçoamento no emprego pelo Judiciário. Os desembargadores Júlio César Ferreira de Melo, Osmar Nunes Júnior e Alex Heleno Santore e a desembargadora Janice Ubialli fizeram questão de registrar suas primeiras impressões sobre as perspectivas para o uso da ferramenta. Também estiveram presentes os desembargadores Cid Goulart e Arthur Jenichen.
Por fim, o presidente do TJSC ressaltou que a adoção da inteligência artificial não veio para substituir o trabalho humano no Judiciário. “Não é para trabalhar menos! É para produzir mais em menos tempo, com ganho de produção e principalmente de qualidade na atividade administrativa e jurisdicional”, resumiu. Ele destacou também a disponibilidade que surgirá para todos se dedicarem ainda mais nas tarefas que requerem maior complexidade.