Programa Indira, que protege mulheres do PJSC, se apresenta na comarca de Joinville - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina
- Violência Doméstica
“Eu me identifico com essas situações. Já passei por muita violência durante os anos de casada até conseguir me desvencilhar do relacionamento abusivo que vivia.” Com os olhos cheios de lágrimas, mas com voz forte e encorajadora, uma das participantes da roda de conversas do Programa Indira, em edição realizada nesta semana na comarca de Joinville, contou sua história de superação para as presentes.
A iniciativa pioneira do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) promoveu, na última segunda-feira (11/12), dois encontros com as profissionais que atuam na comarca do norte do Estado, um no turno da manhã e outro no da tarde. O programa age na prevenção e em medidas de segurança voltadas ao enfrentamento da violência doméstica e familiar praticada contra magistradas, servidoras, estagiárias, residentes, trabalhadoras terceirizadas, comissionadas e demais colaboradoras do Judiciário catarinense.
“O objetivo é reforçar a prevenção e o enfrentamento da violência contra as mulheres no âmbito do PJSC. Além de repassar informações sobre como acontece o acolhimento, o atendimento e o encaminhamento, tudo no mais absoluto sigilo”, ressalta a assistente social Rosilene Aparecida da Silva Lima. “São momentos de reflexão e compartilhamento de vivências pessoais”, complementa a policial civil Bruna Mafra Castilho, do Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional (NIS) do TJSC.
O psicólogo Matheus Ramalho, da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), que também participou da condução do bate-papo no grupo, destacou que há possibilidade de acompanhamento individualizado para a mulher vítima de violência, por isso é importante conhecer o programa e saber como acessá-lo. “O Programa Indira oferece acolhimento por meio de atendimento psicossocial e diversos encaminhamentos de medidas de segurança de acordo com cada necessidade.”
Para a juíza Marta Regina Jahnel, titular do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Crimes contra a Criança e o Adolescente da comarca de Joinville, os encontros realizados nesta semana foram de grande valia para todos. Segundo ela, aos poucos as participantes foram se posicionando sobre o tema e algumas compartilharam experiências pessoais. “Pessoas com as quais convivemos e cujas histórias nem sequer conhecemos, que a partir dessa roda de conversa passam a ser exemplos”, afirmou a magistrada.
Sobre o programa
O nome do programa é uma homenagem a Indira Mihara Felski Krieger, técnica judiciária de 35 anos lotada na comarca de Itajaí, morta em janeiro de 2022. No mesmo mês, Cleci Kehl Zeppe, servidora terceirizada da comarca de Dionísio Cerqueira, também foi assassinada. No dia 22 de agosto do mesmo ano, em Anchieta, a servidora Marivane de Aguiar Brancher foi vítima de feminicídio. Sob o comando da Cevid e do NIS, a iniciativa é fruto da Recomendação n. 102/2021, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)