Debate sobre comunicação não violenta abre Seminário Catarinense de Oficialato do PJSC - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina
Evento segue até sexta-feira (11) na sala de sessões Ministro Teori Zavascki, no Tribunal de Justiça
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Com a presença de 250 oficiais de justiça e comissários da infância e juventude, o painel "Comunicação Não Violenta: estratégias para abordagem eficaz e redução de conflitos" abriu nesta quinta-feira (10) o Seminário Catarinense de Oficialato do PJSC (Poder Judiciário de Santa Catarina). O tema foi abordado pelo juiz de direito da 4ª Vara Cível de Lages, Alexandre Karazawa Takaschima, e pela promotora de justiça Iara Klock Campos, do Ministério Público (MPSC). O evento segue até sexta-feira (11) na sala de sessões Ministro Teori Zavascki, no Tribunal de Justiça (TJSC).
A solenidade de abertura contou com o 1º vice-presidente do TJSC, desembargador Cid Goulart; o diretor-executivo da Academia Judicial, desembargador Luiz Felipe Siegert Schuch; o presidente do Sindojus-SC (Sindicato dos Oficiais de Justiça), Fernando Amorim Coelho; e o vice-presidente da ACOIJ (Associação Catarinense dos Oficiais da Infância e Juventude), Éder Roberto Momm. A coordenadora da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CEVID), desembargadora Hildemar Meneguzzi de Carvalho, também prestigiou o debate.
“Hoje as ferramentas que estão disponibilizadas nos facilitam muito a vida, mas também aumentam substancialmente a responsabilidade de prestar um serviço de maior e melhor qualidade. Por conta disso, gostaria de parabenizar a Academia Judicial pela iniciativa que vem engrandecer o nosso servidor e, por consequência, enaltece o Poder Judiciário de Santa Catarina”, anotou o desembargador Cid Goulart, que também leu uma mensagem do presidente do TJSC, desembargador Francisco Oliveira Neto: “Vivemos um momento de constantes mudanças. A inovação tecnológica, as novas leituras de relações e a crescente demanda por eficiência e transparência exigem de nós, servidores do Poder Judiciário, uma constante atualização e adaptação. Este seminário foi cuidadosamente planejado para abordar temas relevantes e atuais, que certamente contribuirão para o nosso desenvolvimento profissional e pessoal”.
O diretor-executivo da Academia Judicial lembrou que oficial de justiça é uma das funções mais difíceis no sistema de justiça, porque são os representantes do Judiciário na rua. "Para nós magistrados, tomar decisões é algo extremamente difícil, mas essa decisão tomada dentro do gabinete, ela só se concretiza muitas vezes com a mão de vocês. Então é imprescindível que vocês estejam bem preparados, porque vocês são a parte visível do Poder Judiciário, da efetividade da decisão", destacou o desembargador Luiz Felipe Siegert Schuch.
Painel
O magistrado Alexandre Takaschima abriu o debate ao destacar os quatro elementos da comunicação não violenta: observação, sentimentos, necessidade e pedido. O juiz ressaltou que o conflito é algo natural nas relações humanas, mas o que muda é o comportamento adotado diante de uma situação de discórdia. Além disso, ele observou que a comunicação não violenta não acontece apenas com palavras, porque a expressão corporal também transmite os nossos sentimentos.
“Uma coisa que eu gostaria de trabalhar com vocês é que violência não é tão somente crime. Todo crime é uma violência, mas nem toda violência é um crime. O que eu quero dizer com isso? Por exemplo, algum de vocês já foi interrompido enquanto falava? Alguém já chamou vocês de louco? Isso tecnicamente não é um crime. Mas será que em algumas situações isso não pode ser violento? Então, os crimes são sinônimo de violência, mas, sim, existem algumas violências que tecnicamente não são crimes. Geralmente nós associamos muito o falar com o violento, o gritar, mas silenciar as outras pessoas ou meu próprio silêncio também pode ser violento", advertiu o magistrado da comarca de Lages.
Por fim, a promotora de justiça Iara Klock Campos compartilhou vários exemplos de cumprimento de citações em situações complicadas e constrangedoras. Assim, a representante do Ministério Público destacou a necessidade de sempre adotar uma linguagem que utiliza a cordialidade, a compaixão e a empatia, sem esquecer de uma comunicação acessível.
“Eu estou fazendo um curso de desenvolvimento pessoal, e a professora fala que o nosso subconsciente chega antes aos lugares do que nós. Achei muito curioso. E o que a gente leva antes de chegar? É algo que a gente pode refletir nessas diligências mais difíceis. E o convite é para olharmos para dentro da gente, se acalmar, se conectar com o outro, levar alguma leveza, alguma compaixão antes de chegar ao local. Porque todos nós estamos numa rede conectados. O que eu vou levar vai impactar, vai influenciar no que o outro vai ser. O nosso eu se constrói na relação, é relacional. Porque o que todo mundo quer é ser acolhido”, completou a promotora.
Confira a programação completa do evento.
Veja a cobertura fotográfica do Seminário.
Depoimentos dos representantes das entidades
“Quero agradecer à Academia Judicial e ao Tribunal de Justiça por esse evento, por esse seminário, que foi o primeiro evento elaborado de forma coletiva. As entidades foram chamadas à Academia Judicial para fechar os eixos temáticos, para que os temas fossem exatamente a realidade e as inovações da carreira dos oficiais de justiça. Então espero que esse seja o primeiro de muitos.”
Presidente do Sindojus-SC, Fernando Amorim Coelho
“A gente tem que destacar de uma maneira especial a inclusão dos oficiais da infância nesse dia, afinal é o primeiro seminário que envolve os oficiais de justiça e os oficiais da infância. Isso demonstra uma visão estratégica do Tribunal de Justiça em reconhecer a importância da integração entre esses cargos, num cenário que é cada vez mais desafiador, mais conectado, mais digital, com muito mais lembrança, com muito mais metas que a gente tem de cumprir no nosso dia a dia, onde a gente tem que sempre garantir a eficácia, a celeridade e a qualidade dos serviços prestados para a sociedade.”
Vice-presidente da ACOIJ, Éder Roberto Momm