Voltar Curso de direção tática mescla aulas teóricas e práticas que simulam situações extremas 

Magistrados e servidores aprendem técnicas para escapar de emboscadas e perseguições

 A imagem mostra um grupo de pessoas posando para uma foto em um ambiente ao ar livre. Elas estão distribuídas em três fileiras. A fileira da frente está agachada ou sentada, a do meio está ajoelhada e a de trás está em pé. Algumas pessoas estão vestindo camisetas amarelas, outras estão com camisetas pretas e algumas com camisetas azuis. O céu está parcialmente nublado.
 

Não deu tempo, foi muito rápido. Pelo retrovisor, a oficiala de justiça Fernanda Steiner Rodrigues viu quando o homem se aproximou com uma pedra, do tamanho de uma bola de futebol, e a lançou contra o carro. Ela estava, ao lado de uma colega, na comunidade Frei Damião, em Palhoça, na Grande Florianópolis, para cumprir um mandado judicial. A pedra quebrou o vidro traseiro e, antes que o carro fosse atingido outra vez, Fernanda e a colega fugiram.

Naquele dia, ela decidiu fazer o Curso de Direção Tática, idealizado e organizado pelo Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional (NIS) em parceria com a Academia Judicial. Fernanda concluiu mais uma etapa desta formação, realizada no Speedway Music Park, amplo cartódromo em Balneário Camboriú, na segunda-feira (17/6). 

No curso, o motorista aprende técnicas de como fugir de assaltos e emboscadas – com manobras evasivas –, técnicas de frenagem e de tangência de curva, e até como abrir por dentro, caso seja aprisionado, um porta-malas.

O objetivo do curso é que a pessoa, no volante de um carro, saiba lidar com precisão e tranquilidade em situações extremas. As aulas, no entanto, não abordam apenas possíveis casos de violência, mas ensinam ainda técnicas para lidar melhor com alagamentos ou fumaça na pista. 

Além das aulas teóricas, há aulas práticas. E aí é pura adrenalina porque as simulações de assaltos, perseguições, fumaças, tiros e bombas parecem bem reais. Enquanto o carro é cercado por homens com simulacros de armas e atingido com balas de paintball, bombas estouram ao lado, um motociclista tenta abrir a porta do veículo e, para completar, um dos instrutores – no banco do carona – grita para que o motorista o tire daquela situação.

Então o aluno coloca em prática uma das técnicas aprendidas: dá ré e, numa manobra de 180 graus, se afasta dos criminosos. Junto com Fernanda, outras 10 pessoas entre magistrados e servidores fizeram o curso na sexta-feira. Ele é dividido em três módulos: regular, avançado e de baixa luminosidade. 

O juiz Rafael Brüning, da comarca da Capital, também participou e ressaltou a importância das técnicas aprendidas.  “Saio daqui com a sensação de estar mais seguro”. Assim como Fernanda, o magistrado enfatizou o preparo dos instrutores. “É impressionante o profissionalismo da equipe, o empenho e o compromisso para entregar um curso de excelência”.

Bem-humorado e ostentando no currículo três títulos mundiais de direção tática, o sargento Henrique Neri Pereira, instrutor principal, não poupa elogios à Justiça catarinense. “De tudo que já vi e vejo em diversas regiões do Brasil, quando o assunto é segurança institucional, o TJ está na vanguarda”. Ele ministrou cursos para a Força Nacional, no qual formou 46 mil policiais, e também para servidores e magistrados em dezenas de tribunais do país.  

O Curso de Direção Tática faz parte de um amplo projeto do NIS, comandado pelo desembargador Sidney Eloy Dalabrida, estruturado em três pilares: processos, tecnologias e pessoas. De acordo com o major da PM Carlos Eduardo Steil Silva, chefe de operações da Divisão de Segurança Institucional do NIS, o curso é direcionado a magistrados e servidores para que, em primeiro lugar, conheçam as possibilidades do uso do veículo e, a partir daí, saibam como lidar com situações adversas.  Hoje, depois do curso, é assim que a oficiala de justiça Fernanda se sente: “Com a formação, me sinto mais segura e, agora, tecnicamente mais preparada para lidar com situações que possam colocar minha integridade física em risco”.

Com exceção da última, cada uma das etapas é realizada em apenas um dia, de manhã e à tarde. O aluno faz o primeiro módulo e no mês seguinte, se quiser, faz os outros. O curso de baixa luminosidade é realizado no período noturno.  Ou seja, a pessoa despende apenas um dia, num mês, para participar da formação. 

Haverá nova turma em agosto. As inscrições podem ser feitas no portal da Academia Judicial

Veja o calendário:

5/8/24 – Módulo III Baixa Luminosidade 
9/9/24 – Módulo I Básico 
30/9/24 – Módulo III Baixa Luminosidade 
14/10/24 – Modulo I Básico
 4/11/24 – Módulo II Avançado 
 25/11/24 – Módulo III Baixa Luminosidade

Veja a cobertura fotográfica do curso.

Conteúdo: NCI/Assessoria de Imprensa
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