Aos 43 anos de trabalho, oficial de justiça tem festa-surpresa no dia da aposentadoria - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina
- Reconhecimento
O oficial de justiça João Carlos Zink, lotado na comarca de Brusque, dirigiu-se ao trabalho no último dia 1º de agosto crente que participaria de mais uma palestra sobre adoção, tema que muito admira por ter uma filha adotiva, hoje com 28 anos. Mas nessa data não houve palestra alguma. Zink foi surpreendido com uma festa-surpresa, articulada pela família com o auxílio e a cumplicidade dos colegas, que marcou o início de sua aposentadoria após 43 anos de trabalho dedicados ao Judiciário catarinense.
A homenagem no Fórum da cidade, onde sempre exerceu seu cargo, emocionou o profissional, que teve de ser “enganado” por, conforme avaliação geral, ser “turrão” e avesso a esse tipo de manifestação. “Posso dizer que foi bastante gratificante saber que sou querido por todos. Foi uma satisfação enorme e, com certeza, teria me arrependido se não tivesse ido. Guardo todos no meu coração”, comenta.
Aos 69 anos, o brusquense antecipou a aposentadoria, a despeito dos colegas que duvidaram da decisão. O avanço da idade, problemas de saúde e a dinâmica do cargo motivaram a decisão. Ele lembra com nostalgia seus primeiros passos na profissão. “Antigamente, trabalhar como oficial de justiça era gratificante, as pessoas respeitavam as demandas que levávamos. Não se discutia.”
Casado com Sonia Marisa de Oliveira Zink desde 1976 e com quatro filhos e cinco netos, João Carlos Zink concluiu o 2º grau no Colégio São Luiz, em Brusque, e logo começou a vida profissional. Primeiro, em 1969, na Indústria Renaux, e depois, em 1975, na Cia de Cigarros Souza Cruz.
Os trabalhos no fórum da comarca de Brusque começaram em 12 de abril de 1979, primeiramente como auxiliar de cartório. Na época, com a falta de oficiais, foi nomeado oficial de justiça ad hoc. “Aí começou o gosto pela profissão”, recorda.
Como não tinha sido aberto concurso para oficial de justiça em Brusque, João Carlos fez a inscrição para a comarca de Pomerode, onde atuou por dois anos. Após esse período, foi integrado à comarca de Brusque, onde permaneceu por 43 anos até a aposentadoria.
São muitas recordações. Do início da carreira, quando os maiores desafios eram as longas distâncias e as estradas ruins, até o recente uso de aplicativos para cumprir mandados (para ele, “um grande avanço”), muita coisa mudou. Mas uma frase escrita na parede, quando serviu ao Exército em Brasília, em 1973, foi e será levada pelo servidor para sempre: “Aqui manda quem pode, quem tem juízo obedece.”
Aos jovens que pretendem seguir a carreira ou que atuam há pouco tempo como oficial de justiça, João Carlos Zink deixa um importante conselho. “Procurem entender as pessoas como elas são, tentem realizar o trabalho sem causar nenhum estrago maior que o do ato em si e tratem todos com dignidade”, orienta o agora aposentado, que sai da cena profissional com a prazerosa sensação de dever cumprido. “Sempre tive amor pelo meu trabalho. Gostava de desempenhar o meu papel e trabalhava com satisfação”, conclui.
Conteúdo: Assessoria de Imprensa/NCI
Responsável: Ângelo Medeiros - Reg. Prof.: SC00445(JP)