Policial do TJ salva criança no mar e participa do resgate de outras duas no RJ - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina

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Voltar Policial do TJ salva criança no mar e participa do resgate de outras duas no RJ

 Dyego Pereira, integrante do NIS, foi homenageado na Alesc por ato de bravura 

16 Abril 2025 | 15h24min
  • Homenagem

“Quem salva uma vida salva o mundo inteiro”, diz um ensinamento do Talmude, obra fundamental da tradição judaica. A frase, que atravessou séculos, resume o gesto de heroísmo do cabo Dyego de Souza Pereira, reconhecido na tarde de terça-feira, 15 de abril, pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).

Em férias na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, o policial militar, integrante do Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional (NIS) do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), evitou o afogamento de uma menina e ajudou no salvamento de outras duas crianças. As três são argentinas.

A cena foi gravada por uma banhista e repercutiu nas redes sociais, fato que motivou a homenagem parlamentar, proposta pelo deputado Sérgio Guimarães (União Brasil). “O que ele fez é um ato de coragem, de heroísmo, e merece o nosso reconhecimento, que não vem apenas de mim, mas de todos os 40 parlamentares desta casa”, afirmou o deputado.

Emocionada logo depois do resgate, a mãe das crianças relatou: “Visto de fora, o mar não parecia agressivo, mas de repente as ondas nos atingiram, senti uma forte correnteza e não consegui segurá-las. Graças ao Dyego e aos guarda-vidas, elas estão aqui comigo agora. Eles devolveram meus filhos à vida.” Uma das crianças acrescentou: “Agradeço muito o que eles fizeram por mim e pela minha família”.

'Foi Deus'

Aconteceu tudo rápido. Na praia, sentado ao lado da namorada, Dyego ouviu gritos de socorro e viu o guarda-vidas correr em direção ao mar. Um homem era arrastado pela maré, a cerca de 60 metros da areia. Dyego decidiu agir.

 – O que passou na tua cabeça naquele momento? 
 – Sinceramente, não sei. 
 – Foi o instinto que te fez mergulhar no mar? 
 – Não. Foi Deus.

Quando superou as ondas e a rebentação, a surpresa: não era um homem que se afogava, mas sim uma criança. Ele percebeu também que não era apenas uma, mas três. Fica emocionado ao lembrar desse momento.

 – Tive uma sensação muito ruim porque me dei conta que não conseguiria salvar as três.

Nadou em direção àquela que viu primeiro, a mais distante da praia. Sem boias e sem nadadeiras, conseguiu alcançá-la. Segurou-a com força – e ela segurou nele. Chama-se Emília a menina, e tem cinco anos. O guarda-vidas, com uma boia, conseguiu alcançar as outras.

Dyego teve de enfrentar outra vez a correnteza, agora em direção à praia, até se aproximar do guarda-vidas. Parecia, enfim, que o drama teria um ponto final. Porém, atordoado no meio das ondas, o guarda-vidas supôs que Dyego também fosse se afogar e empurrou a boia – e as duas outras crianças – até ele.

Escolha errada. Nesse instante, uma onda quebrou em cima de todos eles. Sem possibilidade de segurar as três crianças, o militar abraçou Emília e pensou: “Aconteça o que acontecer, não vou largá-la.” O mar os engoliu e os lançou para baixo.

Ele não lembra quanto tempo ficou submerso, apenas do momento em que conseguiu tocar os pés outra vez no chão, já perto da praia. O guarda-vidas, com o auxílio de um colega, resgatou as duas outras crianças.

Finalmente, chegaram todos salvos à praia. As cenas mais impactantes registradas pela banhista são do reencontro das crianças com a mãe, circundadas pelo militar catarinense.

 

Exemplo na família

Dyego nasceu em Florianópolis, tem 34 anos, mora em Palhoça e é formado em Direito. Filho de um policial militar aposentado, alimentou desde pequeno o desejo de seguir a carreira do pai.

Está há 13 anos na PM. Atuava no Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) até ser convidado para integrar o Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional do Poder Judiciário de Santa Catarina.

 – É uma honra trabalhar no Judiciário – comenta Dyego.

O major Carlos Eduardo Steil Silva, integrante do NIS, logo após a solenidade na Assembleia Legislativa, destacou:

– É uma satisfação constatar, mais uma vez, que a equipe do NIS, diversa e ao mesmo tempo coesa, é formada por pessoas guiadas pela mesma missão, independentemente se estamos em serviço, se estamos de férias, se estamos aqui ou fora do Estado. Somos policiais 24 horas por dia.

Reconhecido pela eficiência e pelos projetos inovadores, elogiado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o NIS é coordenado pelo desembargador Sidney Eloy Dalabrida.

A Câmara Municipal de Palhoça aprovou uma moção de parabenização e agradecimento a Dyego, e a Câmara de São José aprovou uma moção de aplausos e reconhecimento.

– Fico muito feliz e agradecido com este reconhecimento. E muito grato a Deus por ter me colocado ali, no lugar certo, na hora certa, para ajudar aquelas crianças. 

Imagens: Divulgação/Arquivo Pessoal
Conteúdo: NCI/Assessoria de Imprensa

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