Palestrantes atestam que mudança de comportamento é o início para melhoria da saúde e qualidade de vida - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina
Evento foi promovido pela Diretoria de Saúde e Qualidade de Vida e Academia Judicial
- Saúde
Com o objetivo de despertar a consciência de que a identidade de cada pessoa é formada com base no comportamento, o Poder Judiciário de Santa Catarina (PJSC) promoveu nesta segunda-feira (30/9) o curso Neurociência, Saúde e Autorresponsabilidade. Promovido pela Diretoria de Saúde e Qualidade de Vida (DSQV) e pela Academia Judicial, o evento foi realizado na sala de sessões Ministro Teori Zavascki e contou com a participação de quase 400 colaboradores do Judiciário catarinense, presencialmente e pelo YouTube.
A primeira parte do curso foi ministrada pelo professor doutor André Davin, biólogo e neurocientista. Ele destacou que o Brasil é o país mais ansioso do mundo e o 5º em casos de depressão, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O professor alertou que o problema é quando a ansiedade é antinatural e patológica. Por conta disso, ele destacou a importância de cada um conhecer seus próprios limites físicos e mentais, adaptar-se às mudanças e ter habilidades sociais.
“Um pouco da minha temática hoje foi trazer as abordagens comportamentais que estão por trás da saúde mental, que hoje é um problema de saúde pública mundial. E também a questão da autorresponsabilidade, que acaba sendo um atributo do nosso cérebro. Quer dizer, a gente pode construir, conscientemente, comportamentos novos e, assim, ter uma vida melhor e trabalhar melhor. O legado que quero deixar aqui é para despertar a consciência nas pessoas e que, dessa forma, cada um possa internalizar um pouco desse conhecimento e, através disso, promover mudanças que possam ser bem importantes e significativas na sua vida”, anotou o biólogo e neurocientista.
Na sequência, a advogada e nutricionista Laíse Beatriz Trindade, coordenadora do curso de pós-graduação em Saúde Mental e Alta Performance da Faculdade Febracis, fez a relação entre a alimentação e a qualidade do trabalho. O quanto uma alimentação adequada interfere na produtividade e nas tomadas de decisão. Além disso, ela pontuou a necessidade de termos inteligência emocional e resiliência para conseguirmos gerenciar o estresse, que não pode ser considerado um vilão. Para a advogada e nutricionista, vivemos hoje a geração da produtividade e do cansaço.
“Os nossos resultados são os frutos dos nossos comportamentos. O corpo e o cérebro são as nossas principais ferramentas e precisamos nutri-los da maneira correta para termos energia e disposição. Com a alimentação inadequada, com lanches e excesso de açúcar, acordamos cansados e temos dores de cabeça frequentes. O meu objetivo é esclarecer o impacto da alimentação e da nutrição em nossos resultados, tanto na vida quanto nos resultados profissionais, como por exemplo a questão da produtividade, como melhorar o foco, a concentração, a disposição, e tudo isso diz respeito ao que a gente come”, afirmou a nutricionista.
TJSC investe em qualidade de vida
A diretora de Saúde e Qualidade de Vida, médica Graciela de Oliveira Richter Schmidt, lembrou que a Justiça catarinense tem investido em programas para melhorar a qualidade de vida não só no trabalho, mas no dia a dia dos seus colaboradores. “Estamos tratando de temas que têm crescido muito dentro da medicina, mas que muitas vezes ainda vêm numa linguagem complicada, e hoje nossos palestrantes trouxeram de uma forma mais clara para a gente poder entender mais e poder aplicar a neurociência na nossa vida. Sabemos que uma pessoa dentro da sua integralidade, com boa qualidade de vida, vai ter muito mais satisfação no que faz. Ela vai fazer muito melhor e com muito mais qualidade aquilo a que se propôs”, disse a diretora.
O vice-diretor-executivo da Academia Judicial, desembargador Marcos Fey Probst, enalteceu a importância do curso que tratou da qualidade de vida de magistrados e de servidores do Poder Judiciário. “O evento foi extremamente importante, porque o papel da Academia Judicial é olhar o todo, não somente a própria formação dos magistrados e de todo o corpo funcional do Poder Judiciário. Olhar essas questões que acabam sendo um pouco periféricas, mas extremamente importantes para a dinâmica, para a qualidade e para o desenvolvimento das atividades do Judiciário, que refletem no dia a dia de trabalho. Saúde, felicidade e bem-estar representam elementos extremamente importantes da adequada prestação judicial”, enfatizou.
A juíza auxiliar da Presidência Maira Meneguetti lembrou das exigências que todos sofrem nas suas atividades, assim como o volume maciço de trabalho em busca de produtividade, presteza e rapidez. "Temos conhecimento de que o cérebro é uma estrutura que não é estática, pelo contrário, vai mudando também ao longo do tempo, e isso faz com que nós tenhamos esse senso da nossa responsabilidade, das nossas escolhas conscientes e das nossas decisões, elas influenciam, sim, na nossa saúde e no nosso bem-estar, na nossa saúde física e mental. Tudo isso, não há dúvida, gera um desafio imenso, de como vamos cuidar da nossa saúde física e mental", completou.