Exposição inédita revela trabalho pouco conhecido de preservação dos documentos da Justiça - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina

• Memória

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina inaugurou na segunda-feira (5), no hall de entrada, a exposição “O arquivo além do documento”. Três televisores, em três totens, mostram o trabalho minucioso e pouco conhecido de preservação de mais de 15 milhões de documentos e processos guardados pela instituição, a maior parte deles no Arquivo Central, localizado em Palhoça, na Grande Florianópolis.
 
Idealizada e organizada pela Divisão de Arquivo, sob a coordenação da Comissão de Gestão da Memória do Poder Judiciário de Santa Catarina, a exposição faz parte das comemorações da 7ª Semana Nacional de Arquivos, celebrada este ano de 3 a 9 de junho. “Os arquivos e os documentos históricos são peças fundamentais da identidade de uma sociedade, eles são os guardiões da memória e, ao preservar o passado, nos fazem entender o presente”, diz a desembargadora Haidée Denise Grin, presidente da comissão.

Produzidos com equipamentos de última geração, os vídeos da exposição mostram que o arquivo não se resume a caixas ou estantes, não são apenas documentos antigos e amarelados. Os mecanismos da gestão documental envolvem processos complexos, a começar pelo desafio de prevenir o maior de todos os inimigos – o fogo –, e também os procedimentos para impedir que umidade, mofo, fungos, traças, cupins e roedores se alastrem.  

Detalhes, num trabalho como este, fazem toda a diferença. Para residências, por exemplo, a limpeza da calha é algo importante, mas no arquivo ela é capaz de prevenir uma goteira – um desastre para os documentos. “A exposição mostra os procedimentos utilizados para que os documentos se mantenham íntegros”, resume Marcos Rodolfo da Silva, chefe da Divisão de Arquivos. 

O acervo do Arquivo do Judiciário está guardado em quase 600 mil caixas, distribuídas em dois prédios que ocupam uma área superior a 12.000 m². O prédio principal, com mais de 8.000 m² de área, abriga a maior parte desse montante. Para evitar incêndios, por exemplo, a Divisão promove a capacitação constante de brigadistas voluntários, em parceria com o Corpo de Bombeiros de Palhoça. A atividade fornece subsídios para a identificação de riscos potenciais, capacidade de reação em caso de princípio de incêndio e conhecimento para agir corretamente, priorizando a preservação da vida.

Com a exposição, o visitante fica sabendo que a cânfora, além de antisséptica, anti-inflamatória e analgésica, é um repelente de insetos. Ou seja, uma aliada na preservação de documentos. Nas salas de arquivos especiais – nos quais estão documentos históricos dos séculos 18, 19 e 20, alguns registrados em microfilmes –, a temperatura e a umidade são medidas diariamente. 

Na última TV, o vídeo mostra o itinerário de uma caixa desde a saída da comarca até a chegada ao Arquivo Central. De forma dinâmica, com vídeos bem gravados, o visitante conhece um lado importante do trabalho diário de quem enfrenta o desafio de preservar parte da história de Santa Catarina.