Conciliar em Saúde, diz mediadora, é a chance de ouvir e ser ouvido durante a SNC  - Imprensa - Poder Judiciário de Santa Catarina

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Voltar Conciliar em Saúde, diz mediadora, é a chance de ouvir e ser ouvido durante a SNC 

Mediação resolve conflitos e prega entendimento entre as partes 

08 Novembro 2024 | 17h36min
  • Conciliação

Entre os diversos temas tratados na XIX Semana Nacional da Conciliação (SNC), que se encerra na tarde desta sexta-feira (8 de novembro), destaca-se a área da saúde, uma das mais relevantes para a sociedade. A iniciativa do CNJ, coordenada pelo TJ em todas as comarcas do Estado com o apoio do Cejusc Estadual Catarinense (CEC), reúne servidores e voluntários ao promover sessões virtuais e presenciais em busca de soluções consensuais para as partes envolvidas.

A mediadora e conciliadora Suely Maria Maestri Brognoli, que atua nas demandas do CEC durante a SNC, destaca que o maior desafio na mediação de casos relacionados à saúde está em saber lidar com as emoções envolvidas. Para ela, quando a questão diz respeito à saúde, as pessoas frequentemente se sentem vulneráveis e necessitam de amparo, sendo essencial gerenciar as emoções, muitas vezes intensas, para criar um ambiente favorável ao entendimento.

As audiências de mediação e conciliação sobre o tema oferecem um espaço seguro para as partes expressarem seus anseios, especialmente em questões complexas e sensíveis como o fornecimento de terapias a pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) e tratamentos médicos e cirúrgicos.

Embora desafiadora, a conciliação, segundo Suely, é o caminho mais rápido e eficaz para resolver essas demandas. “Através da comunicação, as partes conseguem expressar seus anseios e necessidades e, ao terem voz e vez, se sentem valorizadas e buscam uma composição”, destaca a mediadora, advogada, professora universitária e mestre em Educação, que, assim como outros conciliadores e mediadores, utiliza sua experiência para reforçar o papel da mediação como uma solução efetiva durante a SNC.

Diálogo para soluções sustentáveis e humanizadas

Para a mediadora Karine Jacinto Farias Pacheco da Silva, mestranda em Sistemas de Resolução de Conflitos pela Universidade Nacional de Lomas de Zamora (UNLZ), em Buenos Aires, Argentina, que participou de 10 sessões durante a SNC, a mediação deve ser priorizada para alcançar uma conciliação pacífica, em que as partes participem ativamente da construção de soluções em benefício de todos.

Em demandas de saúde, ela enfatiza a importância de alinhar os interesses dos envolvidos. Para isso, é essencial compreender as dinâmicas relacionais e as interdependências presentes. "Mesmo após anos de relação contratual, as pessoas podem permanecer como estranhas. Ainda assim, é certo que dependem umas das outras. Pode o consumidor sobreviver sem o credor ou o paciente sem o prestador? É fundamental reconhecer que todos expressamos inseguranças, medos e vulnerabilidades. Na mediação, buscamos superar os jogos relacionais e abrir espaço para construir através do diálogo, pois ouvir exige coragem, maturidade para possibilitar ganhos mútuos", observa.

Ela relembra que, inicialmente, apenas procuradores compareciam às sessões, mas, aos poucos, mediados também começaram a participar. Sentiram-se acolhidos, em um trabalho de "formiguinha" que foi se consolidando. “Respeito, pessoas antes de números, nomes antes de CNPJs. Este é o papel do mediador: aproximar as falas, transformar distâncias e parafrasear os não ditos na construção de soluções sustentáveis. Precisamos que os advogados reconheçam que construir narrativas em mediação é ressignificar os fatos. Trabalhamos em equipe. O mediador apoia-se no profissionalismo de bons advogados para garantir que a justiça seja uma possibilidade real na mediação”, observa.

Karine conclui que o objetivo do mediador é criar espaços de diálogos contínuos, favorecidos pelo Judiciário, que serve como amparo no país. “Se é neste ambiente que a mediação vem se desenvolvendo, que possamos juntos construir soluções compatíveis com a realidade”, afirma.

Semana Nacional da Conciliação

Todas as comarcas do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, mais o Cejusc Estadual Catarinense, participam direta ou indiretamente da XIX Semana Nacional da Conciliação, que se encerra nesta sexta-feira. Quase 12 mil audiências foram agendadas para o período. São ações judiciais com possibilidade de as partes chegarem a acordo pelo diálogo mediado. Centenas de servidores e voluntários atuaram como conciliadores, reunindo de maneira virtual ou presencial os envolvidos no processo.  

Imagens: Divulgação/Freepik
Conteúdo: NCI/Assessoria de Imprensa

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