Curso busca formar facilitadores de grupos reflexivos para homens autores de violência contra mulheres  - Academia Judicial - Poder Judiciário de Santa Catarina

A Academia Judicial, em parceria com a Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), iniciou nesta manhã (17/6), no auditorio Thereza Tang, no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, o Curso Criação, Facilitação e Coordenação de Grupos para Homens Autores de Violência contra Mulheres (GHAV). 

O curso é fruto de uma pesquisa realizada por especialistas do Tribunal de Justiça e da Universidade Federal de Santa Catarina, que foi publicada pela Academia Judicial em 2021: Grupos Reflexivos e Responsabilizantes para Homens Autores de Violência contra Mulheres no Brasil: mapeamento, análises e recomendações. Conforme esclarece a desembargadora Hildemar Meneguzzi, coordenadora da Cevid, a referida pesquisa serviu de base para a Recomendação n. 124/2022, do Conselho Nacional de Justiça, que sugere que os tribunais instituam e mantenham programas voltados à reflexão e responsabilização de agressores de violência doméstica e familiar. “O curso está alinhado aos critérios e recomendações mínimas desenvolvidas pela pesquisa. É essencial que estes grupos ocorram de forma a levar os homens à reflexão e à responsabilização para que novas violências não ocorram”, explica a desembargadora ressaltando a dimensão da relevância de tal evento. 

A secretária da Cevid, Michelle Hugill explica que este é o primeiro curso feito nesses moldes. “Ano passado fizemos um mais introdutório, com carga de apenas 10 horas, para as pessoas entenderem o que era um grupo reflexivo e os requisitos mínimos para ter um grupo. Já este curso tem um caráter mais de formação para facilitadores, com conteúdo teórico e prático”, esclarece Hugill. Todos os 74 participantes foram indicados por instituições parceiras da Cevid, que já realizam grupos reflexivos, ou por magistrados. Psicólogos, assistentes sociais, operadores de direito, assessores e tantos outros, seja do quadro do Judiciário catarinense ou do público externo, estarão, ao final do curso, aptos a replicar novos GHAV a partir das metodologias e técnicas alinhadas à recomendação. O curso tem carga horária de 32 horas e vai até o dia 20 de junho.